quinta-feira, 1 de novembro de 2012

E ae, qual é o seu tipo?

Como não bastasse a incoveniência da doença, ela ainda resolve se apresentar de maneiras diferentes. Existem diversos tipos de psoríase, os quais são classificados de acordo com sua localização e características das lesões.

Então me diga, afinal, qual é o seu tipo?

Psoríase em placas:
Tipo mais comum da psoríase (cerca de 80 a 90% dos casos), com lesões róseas ou avermelhadas recobertas por escamas de cor branca. As lesões apresentam-se de tamanhos variados, geralmente no couro cabeludo, cotovelos e joelhos.


 
Psoríase invertida:
Lesões vermelhas leves e úmidas que aparecem como manchas lisas inflamadas de pele. Surgem normalmente em regiões de dobra, como axilas e virilhas, entre os "pneuzinhos" (excesso de gordura abdominal) e embaixo das mamas. É agravado pelo atrito e suor, e é vulnerável à infecções fúngicas.



 
Psoríase gutata:
Segundo tipo mais comum, com lesões pequenas que se assemelham a gotas, associadas a processos infecciosos. Geralmente aparecem em troncos, braços e coxas, e ocorrem com mais frequências em crianças e jovens adultos. Pode estar associada à infecção estreptocócica da garganta.

 

Psoríase palmo-plantar:
As lesões aparecem como fissuras nas palmas das mãos e solas dos pés.


 

 

Psoríase eritrodérmica:
A forma mais grave e menos comum, com inflamações e manchas vermelhas em grandes áreas da pele. Envolve a inflamação generalizada e esfoliação da pele sobre a maior parte da superfície do corpo, pegando em 75% ou mais do corpo. Pode ser acompanhada de coceira, inchaço e dor. Muitas vezes, é o resultado de uma exacerbação da psoríase em placas instáveis, especialmente após a retirada abrupta do tratamento sistêmico. Esta forma de psoríase pode ser fatal, pois a inflamação extrema e esfoliação podem interromper a habilidade do corpo para regular a temperatura e para a pele para realizar funções de barreira.





Psoríase ungueal:
Lesões de psoríase que atacam as unhas, podendo fazer com que elas endureçam e se descolem da pele que está por baixo. Surgem depressões puntiformes ou manchas amareladas principalmente nas unhas da mãos. Ocorre em cerca de 70-80% dos pacientes e produz uma variedade de mudanças na aparência de unhas e pés, as quais incluem descoloração (amarelamento), linhas cruzando as unhas e espessamento da pele abaixo da unha que leva a quebra e afrouxamento das unhas.





Psoríase pustulosa:
Forma aguda, com pústula amicrobiana (embora haja aparência de pus, as lesões não contem bactérias. As peles debaixo e em torno da pústula ficam vermelhas e macias.


 
Artrite psoriásica:
Inflamações nas cartilagens e articulações, desenvolvendo dor física e dificuldade de movimentação. Acomete uma pequena porcentagem dos psoriáticos e surge com dor nas pontas dos dedos das mãos e dos pés ou de grandes articulações como o joelho. Pode afetar também quadris e coluna.

 

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quinta-feira, 17 de maio de 2012

O que é Psoríase?

Se queremos entender um pouco mais sobre a Psoríase, primeiro temos que conhecer um pouco a sua origem e ter em mãos a sua definição, ou seja, esclarecer o que exatamente é essa doença.


Psoríase no meu couro cabeludo. (Foto tirada dia 16 /05/2012)


HISTÓRIA


O termo PSORÍASE deriva do grego PSORA e significa sarna, ou coceira. Segundo [1], o termo psoríase começou a ser utilizado a partir de 1841 por um dermatologista vienense chamado Ferdinand von Hebra. Alguns estudiosos acreditam que as doenças de pele retratadas na Bíblia estão relacionadas com a psoríase. O termo em hebreu tzaraath vem do verbo tzara, o qual significa "ter uma doença de pele" [2]


Em seguida a psoríase foi descrita como uma variedade de lepra. Os gregos usaram o termo lepra para condições de peles descamativas, e o termo psora para as condições da pele que coçam. No final do século 18 o termo Willan's lepra foi utilizado a partir do momento que os dermatologistas ingleses Robert Willan e Thomas Bateman a diferenciaram de outras doenças de pele [1]. Segundo os dermatologistas, a hanseníase (lepra) se destaca pelos padrões regulares formados na pele, enquanto a psoríase é sempre irregular. Em seus estudos eles dividiram a psoríase em duas categorias. Durante o século 20, já com o termo psoríase adotado, ela foi classificada em diversos outros tipos (dos quais tratarei em outro post).




DEFINIÇÃO


Segundo [3]a psoríase é uma doença inflamatória da pele, crônica, não contagiosa, de causa ainda desconhecida, que afeta de 1 a 3% da população mundial. Atinge igualmente homens e mulheresExistem dois picos de idade de prevalência: antes dos 30 e após 50 anos, mas podem surgir em qualquer fase da vida. O surgimento se dá em maior frequência em pessoas da pele branca, sendo raras em negros, índios, asiáticos e não existe entre esquimós [4].


É uma doença autoimune, a qual ocorre quando o sistema imunológico se engana e trata algumas células de pele como se fossem células patogênicas. Desta forma, o sistema imunológico envia falsos sinais acelerando o ciclo de crescimento destas células de pele [1].


A psoríase surge como placas vermelhas cobertas por escamas esbranquiçadas (ou prateadas) que se soltam da pele. Tais placas surgem muitas vezes nos cotovelos, couro cabeludo e joelhos, mas podem afetar outras partes do corpo como a face, os pés e as membranas mucosas. A psoríase não é contagiosa, nem é causada por uma alergia. No entanto, a tendência para desenvolver a condição pode ser geneticamente transmitida. Causa coceiras em 60% a 70% dos casos [5].


Acredito que o vídeo abaixo ajuda a completar esse post de definição. 







DICA: assistam também a essa animação sobre a psoríase!

Abraços

terça-feira, 15 de maio de 2012

Primeiro passo: ACEITAÇÃO

Acredito que demorei tempo demais para tomar essa iniciativa. Para ser mais exata, demorei toda a minha vida. Sim, EU SOU PSORIÁTICA desde que me conheço por gente. E como todos os portadores da psoríase, enfrentei diversos contratempos que essa doença nos traz, principalmente os nossos próprios medos. Além, é claro, do preconceito e humilhação.


O estado emocional está diretamente relacionado com a piora da manifestação psoriática, e a negação ou não aceitação só atrapalha ainda mais o emocional. A primeira dermatologista da qual eu me lembro (e que infelizmente já não está mais conosco) me alertava sempre para o fato de que eu só encontraria um caminho um pouco mais brando no tratamento a partir do momento que eu aceitasse a minha condição e aprendesse a conviver com ela. E hoje eu entendo perfeitamente a importância dessa etapa de aceitação.


Como sou portadora desde criança, passei por diversos médicos e um número maior ainda de tratamentos. Isso sem contar os caseiros. No início a minha mãe achava que eu tinha caspa no couro cabeludo e fazia questão de esfregar limão na minha cabeça logo após raspar o couro com um pente fino. Bom, para aqueles que sabem do que estou falando, não é uma lembrança muito agradável! Mas não condeno a minha mãe, ela só fazia o que achava que era certo. Aliás, ela foi a que mais me incentivou a buscar sempre por respostas e estar atenta a toda a mudança na minha pele.


Depois de tantos médicos e tratamentos, chega um momento em que você encontra uma espécie de equilíbrio entre os medicamentos que surtiram mais efeito para o seu caso e a frequência de sua utilização. E você percebe que não há mais motivos para voltar ao dermatologista, uma vez que psoríase não tem cura. E você começa a auto-medicação.


Então, eu me pergunto: por que, aos 29 anos de idade e levando em conta que sou psoriática desde criança, por que só agora resolvi me expor e me aprofundar ainda mais no assunto?


Na sexta-feira passada, há exatos 4 dias, fui a mais uma consulta dermatológica e pela primeira vez descobri que, ao menos no rosto, as escamações não são psoríases como pensei por tanto tempo, mas sim dermatite seborréica (sim, elas são diferentes!). No restante do corpo é psoríase sim, mas no rosto não. E por aproximados 10 anos eu tenho me auto-medicado no rosto, por pensar se tratar de algo que já estava tão acostumada. E tudo o que eu consegui foi espalhar ainda mais a dermatite. 


A questão é, depois de tantos dermatologistas pelos quais eu já passei (e foram inúmeros, acredite), por que nenhum deles me alertou? Será que não fui específica? Será que não haviam escamações o suficiente para o diagnóstico? Será que simplesmente não perceberam que eu estava indo pelo caminho errado? A resposta a essas perguntas não importa, desde que se tenha sempre em mente que auto-medicação nunca é o melhor caminho, ainda mais em se tratando de psoríase. E que sempre que as dúvidas persistirem, é necessário buscar ajuda médica. SEMPRE!


Estou há 4 dias apenas sem usar hidratante no rosto (que era exatamente o que eu estava fazendo de errado). E já não existe uma escamação sequer visível. Moro em Petrópolis, região serrana do estado do RJ, e neste exato momento fazem uns 13° graus lá fora. Este clima frio é propício para a piora da psoríase e das escamações, e meu rosto está simplesmente limpo. 


E após tanto tempo de convívio, eu estou surpresa!


Em suma, o motivo pelo qual tomei a iniciativa de criar este blog foi perceber que não tenho todas as informações das quais preciso, mesmo convivendo com a psoríase há 29 anos. Desta forma, pretendo tornar esse blog um meio de compartilhar informações e trocá-las com demais psoriáticos, para que possamos não somente nos tratar mas entender o que acontece conosco. 


Infelizmente, por se tratar de uma doença de diversos níveis de atuação, só terei aptidão para compartilhar o que diz respeito a minha situação. Mas o espaço encontra-se aberto para aqueles que sentirem a necessidade de compartilharem a sua história.


Buscarei definir os pontos importantes, esclarecer possíveis dúvidas e falar dos tratamentos existentes. Vou tentar sempre buscar fontes confiáveis. Para tanto já deixo à disposição (na aba lateral) alguns links interessantes sobre o assunto. Divirtam-se! 


No mais,
PSORIÁTICOS, UNI-VOS!!!